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O SOL DA TARDE
Este quarto, como o conheço bem.
Agora alugam-se quer este quer o do lado
para escritórios comerciais. A casa toda tornou-se
escritórios de intermediários, e de comerciantes, e Sociedades.
Ah este quarto, não é nada estranho.
Perto da porta por aqui estava o sofá,
e diante dele um tapete turco;
ao pé a prateleira com duas jarras amarelas.
À direita; não, em frente, um armário com espelho.
Ao meio a sua mesa de escrever;
e três grandes cadeiras de vime.
Ao lado da janela estava a cama
onde nos amámos tantas vezes.
Estarão ainda os coitados nalgum lugar.
Ao lado da janela estava a cama;
o sol da tarde chegava-lhe até metade.
…De tarde quatro horas, tínhamo-nos separado
por uma semana só… Ai de mim,
aquela semana tornou-se para sempre.
(tradução de Joaquim Magalhães e Nikos Pratsinis)
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Konstandinos Kavafis nasceu em Alexandria em 1863. Passou aí quase toda a sua vida. Criado no seio de uma família de abastados comerciantes gregos, originários de Istambul, viveu sete anos em Londres após a ruína financeira da sua família. A experiência londrina marcou de tal forma Kavafis, que os seus primeiros versos foram escritos em inglês. De regresso a Alexandria, tornou-se frequentador assíduo de bares e bordéis. A sua inclinação homossexual começou a ficar vincada com as primeiras relações amorosas. Em 1885, tornou-se correspondente do jornal Telegraphos. Em 1901 foi, pela primeira vez, à Grécia, onde acabou por publicar os seus primeiros poemas. Entretanto empregou-se no Ministérios das Obras Públicas egípcio, onde trabalhou até ao final dos seus dias. Kavafis morreu de um cancro na laringe, em 1933.
εξαιρετικη αποδοση
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